Eu não sinto sua falta. Eu sinto falta do sonhos que idealizei com você. Das esperanças que alimentei. Dos planos para o futuro próximo. Da ideia do “juntos para sempre” que os contos de fadas nos fazem acreditar que é possível e que você me mostrou que não é sempre assim.
Sinto falta daquela certeza de que a solidão não existia. Do amor que eu tinha por alguém. Daquela segurança (ainda que falsa) de que alguém estava ali do meu lado pro que der e vier.
Eu não sinto sua falta. Não sinto falta dos seus gritos desesperados. Da sua raiva incontrolável. Dos machucados e dores que sua raiva me causou. Não sinto falta da tensão que passou a existir em nossas conversas. Não sinto falta do medo de te ver morto e da culpa que isso me traria.
Sinto falta do amor que eu acreditei que recebia. De ouvir uma outra voz em casa. De poder fantasiar coisas. Eu sinto falta disso. Negar isso seria cruel da minha parte. Sinto falta do tesão, da tranquilidade pra dormir - coisas que foram embora antes de você.
Você foi embora. Os sonhos, amores e afetos foram também. Você não é o primeiro que me tira isso. Você não é o primeiro que vai embora. Você não é o primeiro que tenta acabar com a minha fé em dias melhores. Mas, despedir desses sonhos construídos com você foi a coisa mais difícil e dolorida que passei. E como dói. Dói.
Eu sou boa em reconstruir e me reinventar. Mas, gostaria de não ter que fazer isso mais. Porque dói recolher cacos, despachar entulhos deixados por quem um dia ouviu minhas declarações de amor. Espero que você tenha sido o último a fazer isso. Essa foi a grande ruína. E lutarei para que tenha sido a última.
Comentários
Postar um comentário